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“ELO” regressa com Tiago Rodrigues como padrinho e foco no poder transformador da arte na juventude
O Coliseu Porto Ageas, a Irmandade dos Clérigos, a Área Metropolitana do Porto (AMP) e o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) uniram esforços na nova edição do ELO, o projeto cultural e social que, desde 2023, promove a inclusão através da arte. A terceira edição, apresentada em conferência de imprensa, decorre entre outubro de 2025 e maio de 2026, com Tiago Rodrigues, encenador e diretor do Festival d’Avignon, como padrinho. Este ano, o ELO dedica-se à Adolescência, convidando a sociedade a refletir sobre os desafios e a voz dos mais jovens.
“É uma honra apadrinhar a terceira edição do ELO, projeto que coloca a cultura e a arte no espaço da partilha e da participação. O ELO constrói pontes através da imaginação, democratiza a aventura artística e forma cidadãos mais abertos ao mundo e à diferença”, afirmou Tiago Rodrigues.
A arte como espaço de escuta e transformação
Inspirada na peça “Coro dos Maus Alunos”, da autoria de Tiago Rodrigues, a nova edição do ELO propõe um olhar artístico sobre a adolescência enquanto fase de resistência, questionamento e descoberta. A obra, centrada na figura de um professor de filosofia que desafia o sistema educativo com métodos provocadores, serve de ponto de partida para um espetáculo coletivo, a apresentar no grande palco do Coliseu Porto Ageas, a 5 de maio de 2026.
A terceira edição do ELO alarga o seu âmbito artístico e geográfico, com novas disciplinas, mais escolas e mais parceiros locais. À música, teatro e dança juntam-se agora as artes plásticas, numa experiência criativa intergeracional que une escolas, instituições sociais e culturais, comunidades locais e até o Estabelecimento Prisional do Porto, em Custóias.
Ações nas escolas, no Coliseu e no meio prisional
O ELO 2025/26 vai decorrer em cinco polos principais, abrangendo escolas, espaços culturais e instituições sociais:
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Teatro – orientado por Pedro Lamares, com o apoio de Carolina Rocha, no Coliseu Porto Ageas. Participam jovens da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas, da Associação Portuguesa de Dislexia, do projeto Peer2Peer (Universidade Católica) e o público em geral.
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Criação Plástica – sob orientação da cenógrafa Ana Gormicho, com apoio de Alya Melo, também no Coliseu. A turma integra alunos da Escola Artística Soares dos Reis, do Instituto Multimédia e participantes do público.
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Dança – dirigida por Beatriz Bizarro, com o apoio de Mónica Vieira, na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia. Participam alunos, pais, professores e auxiliares.
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Música – conduzida pela violinista Beatriz Rola, com Alexandre Cunha, no Estabelecimento Prisional do Porto (Custóias), envolvendo reclusos, guardas, técnicos e professores num trabalho de expressão musical coletiva.
Além das aulas, haverá sessões de conversa em escolas secundárias da Maia e de Gondomar, abordando temas ligados à adolescência, saúde mental e expressão artística.
Um projeto com impacto social crescente
Desde a sua criação, o ELO tem vindo a afirmar-se como um laboratório artístico de inclusão e cidadania, unindo pessoas de diferentes idades, origens e contextos sociais através da arte. Esta edição deverá envolver cerca de 2.000 participantes, num processo de criação partilhada que culminará no espetáculo final no Coliseu — símbolo de um diálogo aberto entre arte, educação e comunidade.
As inscrições para as aulas de teatro e criação artística estão abertas até 23 de outubro, no site www.coliseu.pt ou presencialmente na bilheteira do Coliseu. A participação é gratuita e aberta a pessoas de todas as idades, com ou sem experiência artística.
Um percurso de continuidade e inovação
Criado em 2023, o ELO nasceu com o propósito de ligar diferentes disciplinas artísticas e contextos sociais, unindo o público em geral, alunos, comunidades com deficiência e a população prisional.
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2023: tema “Património e Memória”, com Pedro Abrunhosa como padrinho.
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2024: tema “Multiculturalidade”, com Selma Uamusse como madrinha.
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2025/26: tema “Adolescência”, com Tiago Rodrigues.
O reconhecimento não tardou: o ELO recebeu o Prémio Acesso Cultura 2025 – Mickaella Dantas, pela sua relevância na promoção da inclusão social e cultural através da arte.