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Teatro O Bando celebra 50 anos no CCB com homenagem a Agustina Bessa-Luís

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Encenação de João Brites e música de Jorge Salgueiro marcam o regresso ao Grande Auditório. Exposição, conferência e lançamento de livro completam o programa.

O Teatro O Bando comemora meio século de criação artística com um ciclo de iniciativas no Centro Cultural de Belém (CCB), entre 15 e 19 de Outubro. Este ciclo inclui o espetáculo “Agustinópolis”, uma exposição retrospectiva, uma conferência sobre a obra de Agustina Bessa-Luís. E, finalmente, o lançamento de um novo livro de João Brites.

As comemorações assinalam também a coincidência simbólica de datas: Agustina Bessa-Luís e o Teatro O Bando nasceram ambos a 15 de Outubro. É uma união de destino agora transformada em celebração artística.


Agustinópolis: a celebração da palavra e da identidade

Com encenação de João Brites e música original de Jorge Salgueiro, “Agustinópolis” é um espetáculo operático e teatral. Foi criado em parceria com a Associação Setúbal Voz e apresentado no Grande Auditório do CCB. A apresentação ocorre de 17 a 19 de Outubro (sexta às 20h00, sábado às 19h00 e domingo às 17h00).

Inspirado em excertos da vasta obra de Agustina Bessa-Luís, o espetáculo convoca uma multiplicidade de personagens em busca de um lugar simbólico — um território de pertença, de conflito e de sonho. É um mosaico humano onde se cruzam vozes, tensões e pulsões, espelhando a complexidade da condição humana.

“Partimos da coincidência das datas e da força da palavra de Agustina para criar uma cidade simbólica — uma Agustinópolis — onde o pensamento e a emoção coexistem”, resume João Brites.

A ficha artística inclui dezenas de atores, cantores e músicos do Teatro O Bando e do Coro Setúbal Voz. É uma cocriação literária e dramatúrgica que envolve Maria João Reynaud, João Luiz, Miguel Jesus e Mónica Baldaque, responsável pela coordenação do Centenário de Agustina Bessa-Luís.


LiberaLinda: memória viva de um teatro coletivo

Em paralelo, o CCB acolhe a exposição “LiberaLinda”, entre 15 e 19 de Outubro, no Foyer do Grande Auditório (Piso 1) e na Praça CCB.
A mostra revisita, através de instalações cenográficas, figurinos e registos audiovisuais, momentos marcantes da história do Teatro O Bando.

Inclui três núcleos:

  • “traVessia”, exposição de 24 figurinos suspensos ao ar livre, em homenagem a atrizes, atores e figurinistas;

  • “madruGada”, instalação imersiva alusiva aos 48 anos de ditadura;

  • “oKupação”, documentário de Rui Simões sobre a ocupação teatral da redacção da TSF em 2014.

As visitas guiadas decorrem a 18 de Outubro (15h00-16h15) e 19 de Outubro (14h00-15h15), com entrada livre.


Pensar o ofício do ator: livro e conferência

No dia 15 de Outubro (19h00-21h00), no Foyer do Grande Auditório (Piso 2), será lançado o livro “Atriz e Ator. Artistas Vol. III – Presença e Mobilidade Imperceptível”, da autoria de João Brites e do Teatro O Bando, editado pelo TNDM II / Bicho-do-Mato.
A sessão contará com a participação de Eugénia Vasques, João Maria André, João Brites e Susana Mateus.

A 18 de Outubro, realiza-se ainda uma conferência sobre a obra de Agustina Bessa-Luís, entre 16h30 e 18h00, no mesmo espaço, com Maria João Reynaud, Mónica Baldaque, João Brites e Miguel Jesus.
Será uma conversa sobre o processo criativo que deu origem a Agustinópolis e a forma como a literatura de Agustina continua a inspirar novas linguagens cénicas.


Teatro e revolução: 51 anos de criação coletiva

Criado em 1974, o Teatro O Bando nasceu no contexto da Revolução de Abril. Este contexto partilha com o país o impulso de liberdade e de transformação cultural.
Nas suas próprias palavras, o grupo define-se como “um ensaio sociopolítico que pensa com o movimento”, comprometido com a beleza como forma de resistência e com a arte como território do impossível.

“Acreditamos que a beleza transforma e que o teatro é um refúgio, um espaço de inquietação e liberdade. Continuamos a contar histórias não apenas para compreender, mas para agitar”, afirma a companhia no texto de apresentação.

Cinco décadas depois, essa energia fundadora mantém-se intacta.
O Teatro O Bando celebra 51 anos de vida e 50 anos de democracia.


Programa completo em www.ccb.pt
Teatro O Bando: www.obando.pt

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