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O Summit APODEMO reuniu especialistas para avaliar como as marcas devem comunicar com imigrantes, seniores, Geração Z e Geração Alpha. O encontro mostrou mudanças profundas nos padrões de consumo e destacou a importância de compreender a diversidade demográfica para construir estratégias de comunicação eficazes.
Imigrantes representam já 15% da população portuguesa
As comunidades imigrantes tornaram-se um grupo estratégico para o mercado nacional. Segundo a apresentação de Clara Cardoso e Carmen Castro, 86 por cento chegam a Portugal em busca de melhores condições económicas, maioritariamente vindos de países menos desenvolvidos. Este público exige adaptação, porque enfrenta desafios específicos nos primeiros cinco anos de integração, como habitação, emprego, saudade e insegurança. Após esse período, surgem padrões de consumo mais estáveis e próximos dos consumidores nacionais.
Eva Marques e Daniel Proença explicaram como a NOS ajusta a comunicação, recorrendo a conteúdos e suporte comercial em inglês para facilitar o acesso a serviços.
Longevidade altera comportamentos de consumo
A população portuguesa vive mais tempo e mantém-se activa durante mais anos. Ana Marquilhas salientou que muitos consumidores com mais de cinquenta anos não se identificam com a comunicação tradicional das marcas, que continua presa a estereótipos. Ana Sepúlveda reforçou que a distinção entre idade cronológica e idade biológica é cada vez mais relevante para decisões de consumo. A longevidade tem impacto económico, cultural e social, abrindo novas oportunidades para sectores que se adaptem a esta realidade.
Geração Z: hiperconectada e orientada para saúde mental
Os jovens da Geração Z revelam padrões intensos de consumo digital. De acordo com o estudo apresentado por Vera Teixeira e Paula Mateus, noventa por cento utilizam inteligência artificial e sessenta e seis por cento consomem conteúdos em simultâneo. Esta geração procura estímulos rápidos, mas mantém prioridades claras:
– noventa e dois por cento valorizam a saúde mental;
– oitenta por cento preocupam-se com ambiente e reciclagem;
– setenta e seis por cento defendem activismo e participação cívica, sobretudo entre mulheres.
Geração Alpha: foco nos ecrãs e influência parental
Rui Almeida e Catarina Lorena mostraram que a Geração Alpha já utiliza pelo menos um ecrã diariamente. Contudo, mais importante do que compreender as crianças é estudar os pais, que condicionam escolhas, interesses e comportamentos. Esta geração crescerá com expectativas elevadas de conectividade, personalização e estímulo visual.
Conhecer a demografia é essencial para as marcas
Carlos Mocho, presidente da APODEMO, sublinhou o sucesso do evento e destacou que as apresentações demonstraram, de forma clara, que conhecer a demografia é determinante para relações eficazes entre marcas e públicos.
O encontro incluiu ainda contributos de Maria Filomena Mendes, sobre dinâmicas demográficas futuras, e de Sérgio Carvalho, sobre a integração das gerações mais velhas no ecossistema da Fidelidade. Laurinda Alves encerrou o evento com testemunhos reais de imigrantes e jovens, mostrando a importância de compreender experiências individuais e colectivas.
