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Projeto da Universidade de Coimbra desenvolve nova estratégia terapêutica para um subtipo agressivo de cancro da mama

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A Universidade de Coimbra está a desenvolver uma nova estratégia terapêutica para o tratamento do carcinoma da mama triplo negativo, um dos subtipos mais agressivos e heterogéneos do cancro da mama. O objetivo central do projeto de investigação ANTICELLURONIC passa por criar abordagens inovadoras para atingir alvos tumorais atualmente considerados “não tratáveis”.

O carcinoma da mama triplo negativo afeta com maior frequência mulheres jovens e caracteriza-se pela ausência de recetores hormonais e de HER2, o que limita as opções terapêuticas disponíveis. Apesar da existência de várias abordagens clínicas, este subtipo continua associado a prognósticos desfavoráveis, o que motiva a investigação de novas soluções terapêuticas mais eficazes e específicas.

O projeto ANTICELLURONIC – Direcionando antígenos intracelulares de cancro de mama triplo negativo com conjugados de anticorpo-ácido hialurónico autoimolantes é liderado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. A investigação aposta no desenvolvimento de conjugados inovadores capazes de reconhecer, penetrar e atuar seletivamente no interior das células tumorais.

Segundo Ana Rita Ramalho Figueiras, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e coordenadora do projeto, a equipa irá “criar conjugados de ácido hialurónico com ligantes autoimolativos ligados a anticorpos ou outros agentes terapêuticos, capazes de reconhecer e entrar seletivamente nas células tumorais, libertando o fármaco no interior celular e permitindo atingir antigénios intracelulares até agora inacessíveis”.

Esta abordagem procura ultrapassar limitações das terapias atualmente disponíveis, nomeadamente ao nível da especificidade tumoral e da toxicidade sistémica. Ao permitir a atuação direta sobre alvos intracelulares críticos, o projeto visa ampliar o leque de estratégias terapêuticas no carcinoma da mama triplo negativo.

De acordo com a investigadora, espera-se demonstrar, através de modelos in vitro e in vivo, uma maior acumulação tumoral, um aumento da eficácia antitumoral e a ativação de mecanismos celulares compatíveis com o bloqueio de alvos intracelulares relevantes para a progressão da doença.

O projeto envolve uma equipa multidisciplinar da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, integrando especialistas em tecnologia farmacêutica e química farmacêutica, nomeadamente Francisco Veiga, Ivana Jarak, Isabel Rita Barbosa e Cátia Domingues.

A investigação conta ainda com a colaboração de uma equipa internacional nas áreas de biologia molecular, farmacologia, modelos pré-clínicos e interface clínica, incluindo Carmen Alvarez-Lorenzo, Angel Concheiro e Barbara Blanco-Fernandez, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Santiago de Compostela, bem como Horacio Cabral, afiliado à Universidade de Tóquio. Participam igualmente como consultores João Conde e Maria Guadalupe Cabral, da Universidade Nova de Lisboa.

O projeto ANTICELLURONIC tem execução prevista até setembro de 2028 e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com um montante superior a 200 mil euros, concretamente 205 448,40 euros.

Publicado pelo iPressJournal.pt

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