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Ciberataques aumentaram 180% em Portugal durante 2025

Tempo de leitura estimado: 3 minutos

O número de ataques de ransomware em Portugal aumentou 180% no primeiro semestre de 2025, segundo o mais recente “Threat Landscape Report” da Thales, líder europeia em tecnologias de Defesa, Aeroespacial, Cibersegurança e Digital.

O relatório revela que, a nível global, os ataques de ransomware cresceram 29,7% face ao segundo semestre de 2024. Em Portugal, foram registados 14 incidentes, colocando o país entre os que registam maior crescimento percentual na Europa. Os grupos Akira, Nightspire, Nitrogen e Warlock estiveram entre os mais ativos no território nacional.

Na Europa, Alemanha (151 ataques), Reino Unido (141) e Itália (92) lideram a lista de países mais visados. Os Estados Unidos e o Canadá continuam no topo do ranking mundial.


Ransomware e ciberespionagem em ascensão

A Thales destaca uma crescente sofisticação dos ataques, impulsionada pelo modelo “ransomware-as-a-service” (RaaS), no qual os programadores de malware fornecem as ferramentas a terceiros em troca de uma percentagem dos lucros.

A empresa alerta também para a nova tendência de ataques focados exclusivamente no roubo e extorsão de dados, sem encriptação de sistemas, o que demonstra uma mudança no panorama das ameaças digitais.

O relatório identifica ainda a intensificação das campanhas de ciberespionagem e desinformação, em linha com o agravamento das tensões geopolíticas internacionais. Conflitos como Rússia–Ucrânia, Israel–Palestina e China–Taiwan transformaram o ciberespaço num verdadeiro campo de batalha híbrido.

“As campanhas de desinformação consolidaram-se como ferramentas estratégicas para manipular a opinião pública e minar a estabilidade democrática, explorando tecnologias como a inteligência artificial generativa”, alerta Hugo Nunes, responsável pela equipa de Threat Intelligence da Thales em Portugal.


Energia e saúde entre os setores mais visados

Os setores energético e da saúde lideram o aumento de ciberataques, devido à sua importância crítica e impacto potencial na sociedade.

  • O setor energético foi alvo de ataques tanto financeiros como políticos, incluindo operações patrocinadas por Estados e grupos hacktivistas.

  • O setor da saúde registou 243 incidentes de ransomware no primeiro semestre, além de ataques de engenharia social, fugas de dados e exploração de vulnerabilidades em dispositivos médicos.

Outros setores, como a defesa e a aeronáutica, continuam a ser alvos estratégicos devido ao valor das informações classificadas e à importância das suas infraestruturas críticas.


Relatório e colaboração internacional

O Threat Landscape Report é elaborado pela Unidade de Cyber Threat Intelligence da Thales, que reúne analistas e engenheiros especializados em malware, inteligência e OSINT. A empresa colabora com entidades internacionais como a Europol e o FBI, e é a única empresa ibérica que participa como parceira no prestigiado Relatório Anual de Data Breaches da Verizon.

Com presença em 68 países e mais de 83.000 colaboradores, a Thales investe anualmente mais de 4 mil milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento, nas áreas da inteligência artificial, cibersegurança, quântica e tecnologias na nuvem.

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