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A Fundação Portugal com ACNUR lança a campanha “1 presente, 2 milhões de futuros”, um apelo solidário que pretende mobilizar particulares e empresas para apoiar a resposta humanitária no Chade, um dos países africanos mais afectados pelo aumento de refugiados e pelas carências extremas de água, abrigo, saúde e educação. A iniciativa transforma um gesto simbólico num contributo directo para quem perdeu tudo.
A campanha propõe a oferta de um presente que se converte em ajuda real. O apoio pode traduzir-se em água potável, abrigo, cuidados médicos ou acesso à educação. Segundo Joana Feliciano, Responsável de Comunicação e Relações Externas da Portugal com ACNUR, “este é um presente simples, sem laço nem papel, mas capaz de transformar vidas. Um pequeno gesto garante o essencial a quem já não dispõe de nada”.
O Chade acolhe mais de dois milhões de pessoas refugiadas e deslocadas internas. Entre elas estão 1,2 milhões provenientes do Sudão, que chegaram ao país desde 2023 devido ao agravamento da guerra. Na região leste, um em cada três habitantes é refugiado, o que torna a situação especialmente crítica e exige respostas urgentes. O acesso a serviços essenciais é extremamente limitado: existe apenas um médico para cada 52 mil pessoas refugiadas, só 20% das crianças têm acesso a educação e cada pessoa dispõe de cerca de 10 litros de água por dia, muito abaixo do mínimo humanitário recomendado.
A ameaça de agravamento da crise nos próximos meses é real. O financiamento internacional cobre apenas 30% das necessidades previstas para 2025, apesar do esforço contínuo do ACNUR. Por isso, a Portugal com ACNUR decidiu centrar a sua campanha de final de ano no apoio directo ao Chade, canalizando todos os donativos para a resposta de emergência.
Os contributos podem assumir vários níveis. Um donativo de 24 euros permite garantir duas refeições diárias para duas pessoas. Com 57 euros é possível fornecer um kit de dignidade para três mulheres durante um ano. Já um valor de 120 euros assegura acesso a água potável para duas famílias e, com 480 euros, é possível garantir abrigo seguro para um agregado familiar. Estas respostas imediatas procuram minimizar riscos, restaurar dignidade e proporcionar segurança a quem chega sem recursos.
A campanha decorre entre novembro e dezembro de 2025. A divulgação inclui marketing digital, telemarketing, email marketing, redes sociais, publicidade online e no exterior, mupis digitais, cartazes em transportes públicos, televisão e cinema. Este plano pretende garantir ampla visibilidade e maximizar o impacto junto de potenciais doadores. A mensagem é clara: “O futuro do Chade começa neste presente”.

