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Cancro do pâncreas é já a 4.ª causa de morte por cancro na Europa

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Gastrenterologistas alertam para aumento da incidência e mortalidade em Portugal

O Clube Português do Pâncreas (CPP), secção especializada da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), está a promover uma campanha nacional de consciencialização sobre o cancro do pâncreas, uma das doenças oncológicas mais letais e silenciosas.
Sob o mote “O tempo de agir é agora”, a iniciativa decorre nas redes sociais e enquadra-se no Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, assinalado a 20 de novembro, com o objetivo de alertar para a importância da prevenção e deteção precoce desta doença.

Um cancro silencioso e em crescimento

De acordo com a presidente do CPP, Alexandra Fernandes, “ao contrário de outros tumores, a incidência e a mortalidade do cancro do pâncreas continuam a aumentar. Já é a quarta causa de morte por cancro na Europa e as projeções indicam que poderá tornar-se a segunda principal causa até 2035”.
Em Portugal, os números são preocupantes: em 2021 foram diagnosticados 1.378 novos casos, com um número de mortes praticamente idêntico — evidenciando a agressividade da doença.

Diagnóstico tardio e baixa taxa de sobrevivência

O cancro do pâncreas é particularmente perigoso porque os sintomas surgem tardiamente e são pouco específicos. Entre os sinais mais frequentes estão dor abdominal irradiada para as costas, perda de peso inexplicável, indigestão, vómitos, diarreia, agravamento súbito da diabetes e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos).

Segundo a médica, 80% dos doentes são diagnosticados em fases avançadas, quando a cirurgia — o único tratamento com intenção curativa — já não é possível.
A taxa de sobrevivência global a cinco anos é de apenas 13%, podendo atingir 44% em casos localizados, mas cair para 3% em situação metastizada.

Fatores de risco e prevenção

O cancro do pâncreas surge quando as células desta glândula crescem de forma descontrolada, sendo o adenocarcinoma ductal pancreático o tipo mais comum (mais de 90% dos casos).
Embora a idade e a predisposição genética sejam fatores não modificáveis, existem hábitos de vida que podem ser prevenidos, incluindo:

  • Tabagismo;

  • Obesidade e excesso de peso;

  • Diabetes mal controlada;

  • Dieta rica em açúcares refinados, gorduras, carnes vermelhas e produtos processados;

  • Pancreatite crónica.

A prevenção, o controlo de fatores de risco e o reconhecimento precoce dos sintomas são, por isso, fundamentais para melhorar a taxa de sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes.

Mais informações disponíveis em www.saudedigestiva.pt.

Sobre a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG)

A SPG é uma associação científica sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1989, que tem como missão promover a saúde digestiva e o avanço da investigação em gastrenterologia.
A SPG estimula a cooperação entre profissionais de saúde, promove atividades de formação e presta consultadoria científica em Portugal e no estrangeiro.

Mais informações em www.spg.pt.

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