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Capitalizar identifica resiliência da economia portuguesa no 3.º trimestre e desempenho superior face à média europeia

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A Capitalizar divulgou a sua análise técnico-económica referente ao terceiro trimestre de 2025, evidenciando um desempenho robusto do tecido empresarial português num contexto europeu marcado por maior instabilidade. Os dados apontam para crescimento líquido expressivo, redução das dissoluções e eficácia reforçada dos mecanismos de recuperação.

O trimestre registou 12.126 novas empresas, um aumento de 9,9 por cento face ao período homólogo, enquanto as dissoluções diminuíram 11 por cento, para 2.731. O rácio de 4,4 empresas criadas por cada dissolução é um dos melhores da última década. No acumulado até setembro, Portugal soma 39.242 novas constituições, equivalendo a 80,1 por cento do total anual de 2024, com as dissoluções a caírem para 9.464.

Para José Pedro Pais, Partner da Capitalizar, este momento representa “uma inflexão qualitativa” da economia portuguesa, sustentada pela expansão em setores estratégicos.

A Construção registou 5.583 constituições (+14,1%) e as Atividades Imobiliárias 4.660 (+24%), enquanto o Comércio apresentou o maior volume absoluto, com 5.403 novas empresas. Sob maior pressão, os Transportes e Armazenagem recuaram 21,3 por cento e as Indústrias Transformadoras evidenciaram crescimento moderado, dependente das exportações. Esta evolução acompanha as projeções do Banco de Portugal, que estima uma expansão de 1,9 por cento do PIB em 2025.

As insolvências confirmam a divergência face à Europa. O trimestre contabilizou 462 processos (-7,8%) e um total acumulado de 1.432 (-8,4%), contrastando com o aumento médio de 11 por cento registado no espaço europeu. As Indústrias Transformadoras acumulam 315 insolvências (-28,6%), seguidas do Comércio (303, -1,6%), Construção (178, -20,5%) e Transportes (101, +24,7%), único setor em crescimento.

O mercado de reestruturação demonstra maior maturidade. Até ao final do segundo trimestre de 2025, concluíram-se 211 processos PECRE/PER (+11,1%) com 55 por cento de planos homologados. Transportes e Indústrias Transformadoras apresentam maior procura por mecanismos de revitalização, com 87,5 por cento e 37,2 por cento dos processos, respetivamente.

O enquadramento macroeconómico reforça o posicionamento competitivo do país, com crescimento projetado acima da média europeia, inflação em convergência com o objetivo do BCE, investimento impulsionado pela construção e reforço dos fundos europeus entre 2025 e 2026.

Para 2026, a Capitalizar prevê manutenção do diferencial competitivo nacional, destacando oportunidades em Construção e Imobiliário, Transportes e Logística, e Indústrias Transformadoras, setores que exigem acompanhamento técnico especializado diante de incertezas internacionais.

A consultora considera que a atual conjuntura abre uma “janela de oportunidade” para empresas com estratégias sólidas de expansão e mitigação de risco, num cenário empresarial que se distingue pela resiliência, pela capacidade de adaptação e pelo dinamismo comparativo face à Europa.

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