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Os Barómetros do Trabalho Temporário relativos aos meses de abril, maio e junho de 2024, realizados pela APESPE-RH – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e de Recursos Humanos em parceria com o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa).
As principais conclusões apresentadas neste barómetro:
Existe um aumento no 2º trimestre de +6,2% face ao 1º trimestre deste ano na colocação de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, traduzindo-se em mais 5.256 pessoas, num total de 90.628 colocações.
Apesar do atual caminho ascendente, verifica-se ainda um decréscimo nas colocações de trabalho temporário no 2º trimestre de 2024, face ao mesmo período de 2023, com diminuição de menos 3.848 pessoas em abril (-11,6%); 3.873 pessoas em maio (-11,3%) e 3.285 pessoas em junho (-9,6%).
No total, a diminuição no número de colocações no 2º trimestre de 2024 face ao mesmo período do ano anterior foi de -10,8% (101.634 em 2023 vs. 90.628 em 2024) e ainda -12,1% abaixo do mesmo período em 2022 (103.152 colocações).
Em suma, o Índice do Trabalho Temporário (Índice TT), apesar de ainda estar abaixo dos valores comparativos aos períodos homólogos de 2022 e 2023, demonstra os primeiros sinas positivos de crescimento, ainda que tímidos, desde o início deste ano, fixando-se em 0,88 em abril, 0,89 em maio e 0,90 em junho.
Relativamente à caracterização dos trabalhadores temporários, verifica-se uma ligeira diminuição da contratação de trabalhadoras do género feminino em junho (43%), em relação a 44% em abril e maio.
Ao nível da distribuição etária, entre 25% a 27% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, no 2º trimestre de 2024. Também é significativa (cerca de 21%) a percentagem de colocados com idades entre os 25 e os 29 anos.
O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas de trabalhadores com contrato de trabalho temporário (57% a 60% no 2º trimestre do ano). As colocações de ensino secundário (entre 29% a 31%) ocupam o segundo lugar. Em abril e maio, pessoas com licenciatura mantêm cerca de 10% das colocações. Quanto ao mês de junho são aproximadamente 8% os trabalhadores com esta escolaridade.
As empresas de “Fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” continuam em primeiro lugar no 2º trimestre de 2024 (cerca de 8% a 11%). Já as empresas de “Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” assumem o segundo lugar nos setores de atividade do Trabalho Temporário, representando cerca de 7% a 9%. Por outro lado, as empresas de “Atividades auxiliares dos transportes” alcançam o terceiro lugar no mês de maio e junho (cerca de 6% a 7%). Já no mês de abril, as empresas de “Atividades de serviços de apoio prestados às empresas” ocupam o terceiro lugar (7%).
Na distribuição do trabalho temporário por principais profissões, no 2º trimestre de 2024 destacam-se as “Outras profissões elementares” (entre 28% e 34%), seguindo-se os “Empregados de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes” (17% a 19%). Em terceiro lugar, estão os “Assistentes na preparação de refeições” (entre 8% e 9%).
“Os barómetros do 2º trimestre 2024 mostram uma tendência de crescimento da contratação de trabalhadores com contrato de Trabalho Temporário, face aos dados do 1º trimestre deste ano, alinhada com a descida da taxa de desemprego (6,1% no 2ºtrimestre 2024). A contratação de trabalhadores através de um contrato de trabalho temporário, sobretudo aqueles que têm qualificações com um menor nível académico, assim como faixas etárias mais elevadas, continua a ter um peso significativo, demonstrando que os contratos de trabalho temporário correspondem a uma importante fonte de rendimento para estas pessoas” declara Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).

